Muito antes de existir pista de dança, cabine iluminada ou multidões pulando ao som de graves, alguém já selecionava músicas para outras pessoas ouvirem. No início do século XX, com o surgimento do rádio e da música gravada, operadores e apresentadores passaram a tocar discos de vinil para o público, inaugurando uma nova forma de mediação musical. Foi apenas na década de 1930 que essa função ganhou nome: o comentarista americano Walter Winchell passou a chamar esses profissionais de “disc jockeys”, termo que seria registrado oficialmente na imprensa no início dos anos 1940. Décadas depois, quando essa função saiu do rádio e conquistou as pistas, ser DJ não era um sonho fácil — era quase um privilégio. Nos anos 80, 90 e início dos anos 2000, o DJ não surgia por acaso. Ele era forjado na dificuldade, na escassez e na persistência. Os equipamentos custavam caro. Muito caro. Toca-discos profissionais, mixers importados, agulhas de qualidade, amplificadores e sistemas de som estavam fora do...