Mamonas Assassinas: A Trajetória Meteórica da Banda que Mudou o Humor Musical Brasileiro
Por Professor Marcondes Oliveira – Exclusivo para o Blog da Rádio 90’s Macapá
Poucas bandas na história do Brasil alcançaram tamanha popularidade em tão pouco tempo quanto os Mamonas Assassinas. Surgidos em Guarulhos (SP) e guiados por uma mistura explosiva de irreverência, talento e carisma, os Mamonas conquistaram o país em 1995 e, em menos de um ano, transformaram-se em um fenômeno cultural que permanece vivo até hoje.
A seguir, uma viagem pela trajetória desse grupo inesquecível — desde a formação até o auge, as curiosidades, os sucessos e o trágico fim que parou o Brasil.
O Início: Da Banda Utopia ao Nascimento de um Fenômeno
Foi então que perceberam que sua veia cômica — presente nos bastidores, nos ensaios e no convívio — tinha potencial. O humor espontâneo começou a entrar nas apresentações, transformando o clima do palco e chamando a atenção de quem assistia.
A Formação da Banda: Quem Era Quem
Quando finalmente adotaram o nome Mamonas Assassinas, a formação se consolidou da seguinte forma:
Dinho (Alecsander Alves) – Vocal
Carismático, versátil e dono de uma presença de palco incomparável, Dinho era o rosto do grupo. Interpretava personagens, criava vozes e improvisava com naturalidade. Sua espontaneidade virou marca registrada.
Bento Hinoto (Alberto Hinoto) – Guitarrista
O mais tímido do grupo fora do palco, mas dono de uma habilidade impressionante na guitarra. Responsável por riffs e solos que, mesmo em músicas humorísticas, tinham alta qualidade técnica.
Samuel Reoli – Baixista
Criativo e extremamente técnico, Samuel deu personalidade ao baixo da banda. Compôs grande parte das linhas marcantes que sustentam os arranjos.
Sérgio Reoli – Baterista
Irmão de Samuel, conduzia com energia e precisão a base rítmica. Seu estilo dinâmico ajudou a criar a identidade sonora do grupo.
Júlio Rasec – Tecladista e Vocal de Apoio
Além dos teclados, era responsável por efeitos sonoros, harmonias e intervenções cômicas. Criativo e brincalhão, completava o “ecossistema de humor” dos Mamonas.
A Escolha do Nome
A Ascensão: Do Anonimato ao Sucesso Absoluto
Em 1995, o grupo gravou uma demo com músicas que traziam rock, heavy metal, sertanejo, pagode, bolero e até música portuguesa, sempre acompanhados de sátiras e personagens.
A gravação chegou ao produtor Rick Bonadio, que imediatamente percebeu o potencial comercial da banda. A gravadora EMI-Odeon assinou contrato e, em julho de 1995, os Mamonas lançaram seu único álbum de estúdio.
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| LP Mamonas Assassinas (1995). |
O Álbum "Mamonas Assassinas" (1995)
O disco vendeu mais de 2,5 milhões de cópias, tornando-se um dos álbuns mais vendidos da história do Brasil. Em 8 meses, o país inteiro já cantava:
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“Vira-Vira”
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“Pelados em Santos”
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“Robocop Gay”
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“Chopis Centis”
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“1406”
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“Sabão Crá-Crá”
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“Jumento Celestino”
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Entre muitas outras
O sucesso foi tão rápido que parecia irreversível. Os programas de TV disputavam sua presença, os shows lotavam e o grupo virou tendência nacional.
Maiores Sucessos
Embora o álbum inteiro tenha virado hit, alguns singles se destacaram:
“Pelados em Santos”
O maior sucesso comercial da banda, com clipe exibido incessantemente na MTV e programas nacionais. A mistura de humor, performance teatral e guitarra marcante transformou a música em hino.
“Vira-Vira”
Uma sátira à música portuguesa que conquistou multidões com seus arranjos divertidos e mudanças abruptas de ritmo.
“Robocop Gay”
Uma crítica bem-humorada à cultura pop, unindo rock pesado e humor escrachado.
Curiosidades Que Nem Todo Mundo Sabe
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O álbum foi gravado em apenas duas semanas.
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A música “Pelados em Santos” quase não entrou no disco — a gravadora achou polêmica demais.
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A banda usava referências a estilos musicais justamente para satirizar clichês da indústria.
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Os Mamonas se recusaram a fazer músicas com conteúdo realmente ofensivo — preferiam o humor infantilizado e absurdo.
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O grupo planejava lançar um segundo álbum com menos humor e mais crítica social.
Prêmios Conquistados
Apesar do curto tempo de carreira, os Mamonas receberam:
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Disco de Diamante
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Vários Discos de Platina
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Prêmios da MTV Brasil e programas de TV
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Destaque na imprensa internacional como “fenômeno brasileiro”
Polêmicas ao Longo da Jornada
A banda enfrentou debates sobre:
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A sensualidade exagerada em algumas letras
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A sátira a esteriótipos portugueses e latino-americanos
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O suposto limite do humor nas músicas
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O choque entre crítica social e escracho
Nada disso, porém, diminuiu o carinho do público.
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| Virou filme nacional. |
O Fim Trágico: O Acidente que Parou o Brasil
Em 2 de março de 1996, a aeronave que levava os integrantes para São Paulo caiu na Serra da Cantareira, tirando a vida de todos a bordo.
O Brasil entrou em luto. Uma geração inteira perdeu sua banda mais carismática, e a música nacional perdeu um grupo que estava apenas começando.
Legado
Seus sucessos permanecem vivos nas rádios, nas plataformas digitais e na memória afetiva de milhões de brasileiros — inclusive aqui na Rádio 90’s Macapá, onde continuam sendo lembrados com a alegria que sempre transmitiram.
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